sábado, 7 de novembro de 2009

O MENINO SELVAGEM

A história de Victor de Aveyron, o menino selvagem, é uma história comovente...
Conforme o que foi apresentado no filme, concordo com a hipótese do Doutor Pinel de que ele teria sido abandonado na floresta, ainda bebê, por familiares que o rejeitaram por algum motivo de ordem moral. Um corte na garganta, sugeria que o menino teria sido vítima de uma tentativa de assassinato o que, na minha opinião, resultou na sua dificuldade de falar anos mais tarde. Este menino sobreviveu em meio às intempéries e perigos, provavelmente adotado e protegido por uma macaca já que desenvolveu a habilidade de subir e movimentar-se nas árvores como estes animais.
[...] Ao ser capturado, Victor é colocado numa coleira, tal e qual animal selvagem, e passa a ser uma atração para o povo curioso da aldeia. Abrigado numa instituição de pessoas doentes, após um mês é enviado para a Escola Central de Rodez onde permanece por alguns meses quando então, é levado para o Instituto Nacional de Surdos-Mudos onde o Doutor Itard passa a trabalhar como médico-residente. Interessado pelo caso, Itard consegue uma permissão e ajuda financeira para levá-lo para sua casa e assim estudá-lo ao mesmo tempo que tenta educá-lo para reintegrá-lo à sociedade.
[...] No convívio diário com o médico e sua governanta, senhora Guérin, o menino aprende hábitos de higiene, a portar-se à mesa e é tratado como criança normal. Em seus estudos e observações, o doutor Itard descobre que o garoto ouve e emite sons, é muito inteligente e organizado porém, seus métodos são antipedagógicos e falta-lhe também afetividade , muito comum entre os adultos daquela época, principalmente entre os médicos que limitavam-se a olhar os pacientes com os olhos ávidos dos pesquisadores. Jean Itard submetia o garoto à sessões exaustivas de estudos, quando então ele surtava e tinha reações de convulsão ou fúria, só se acalmando ao ser levado para a cama sob os cuidados da Senhora Guérin, que informava ao doutor suas observações sobre as reações de Victor.
[...] De qualquer forma, a dedicação e os esforços do Doutor Itard para com o menino selvagem, traduziu-se em experiências, influenciando fortemente seu trabalho com os surdos, empreendendo investigações mais aprofundadas no campo da audição, da fala, mutismo e gagueira além de ser um grande e forte defensor do oralismo.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Oi Sandra! Não assisti o filme, mas pelo que contas parece ser bem interessante. O que noto em sua postagem é a questão do preconceito. Você acha que a falta de conhecimento sobre determinada questão é o que gera o preconceito?? Abraços

Sandra Maria Caroni disse...

Olá Patrícia!

Acredito que em certos casos, como as doenças ou patologias por exemplo, a falta de conhecimento gera o preconceito, sim. Durante muito tempo ouvi falar que não se podia tocar numa pessoa durante um ataque epilético e principalmente na sua baba que era altamente contagiosa. Agora sabemos que esta patologia é uma alteração na atividade elétrica do cérebro devido a lesões nas células nervosas, assim como diversos outros mitos criados pela falta de conhecimento.