segunda-feira, 23 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO DOS SURDOS

A educação dos surdos, assim como a educação em geral, está sempre mudando através dos tempos. Os métodos de ensino para surdos variaram da Língua de sinais, Oralismo, Bilinguismo e o Bimodalismo ou Comunicação Total. Em 1880, um Congresso Internacional realizado em Milão, com o objetivo de discutir o melhor método de ensino de educação dos surdos, resolveu que seria o Oralismo, que consiste na técnica de leitura labial onde o sujeito surdo deve ler e interpretar o movimentos dos lábios de alguém que fala. Este método só é útil quando o interlocutor fala de frente, com clareza e devagar e ainda assim, a maioria dos surdos não consegue ler grande parte das informações. Durante os mais de cem anos de predominância do Oralismo, os resultados do desenvolvimento da fala, do pensamento e aprendizagem dos surdos foi muito pequeno e, somente na década de 60 foi proposto o uso simultâneo da Oralização com a Língua de sinais, chamado de Comunicação Total.
Em 1994, reuniram-se na Espanha representantes de mais de 80 países e assinaram a Declaração de Salamanca, um importante documento que garantia os direitos educacionais a todas as crianças, ordenando que as escolas devam acolhe-las, independente de condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou lingüísticas numa política de inclusão que coloca um professor ouvinte, despreparado, que não conhece a Língua de sinais, em escolas que não têm espaço para participação e autonomia do aluno surdo para que desenvolvam sua identidade e sua cultura.
Um documento elaborado pela união da comunidade surda propondo uma educação melhor “A Educação que nós surdos queremos”, propõe o fim da política de inclusão, pois trata o surdo como deficiente além de levar as escolas de surdos ao fechamento e/ou ao abandono do processo educacional pelo aluno.

domingo, 15 de novembro de 2009

REFLEXÃO SOBRE O TEXTO

JOVENS E ADULTOS COMO SUJEITOS DE CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM

O texto de Marta Kohl nos fala sobre quem é o aluno da EJA, de onde veio, quais são as suas dificuldades e seus objetivos. Segundo ela, o adulto da EJA é, em sua grande maioria, o migrante que veio do campo na esperança de uma vida melhor para si e seus filhos, com pouca ou nenhuma qualificação profissional, apenas a experiência do árduo trabalho do campo e com uma curta passagem pela precária escola na sua infância. Já o jovem traz consigo uma história de repetência e evasão escolar até tornar-se excluído.
A alfabetização do adulto e do adolescente é uma questão de especificidade cultural onde cada aluno tem consigo suas experiências, suas vivências e suas reflexões sobre o mundo e sobre si mesmo. A aprendizagem escolar vem acrescentar novos conhecimentos permitindo uma outra resignificação das construções já adquiridas.
Quanto às dificuldades dos alunos adultos, podemos dizer que o cansaço, a fome, o sono e a linguagem escolar, entre outras, são os maiores inimigos de uma experiência bem sucedida [...]Os adolescentes, excluídos da escola regular sentem-se envergonhados, humilhados tornando-se inseguros quanto a sua própria capacidade, influenciando assim a sua aprendizagem, o que estaria relacionado com a falta de sintonia entre a escola e o aluno, quando sabemos que a escola funciona baseada em regras específicas que configuram um modelo escolar onde há um professor que ensina e estabelece regras para um grupo de alunos que deve aprender e obedecer e, dominar esta mecânica da escola pode ser crucial para o desempenho do indivíduo levando-o a seguidas repetências, à evasão e ao seu retorno na EJA.

sábado, 7 de novembro de 2009

O MENINO SELVAGEM

A história de Victor de Aveyron, o menino selvagem, é uma história comovente...
Conforme o que foi apresentado no filme, concordo com a hipótese do Doutor Pinel de que ele teria sido abandonado na floresta, ainda bebê, por familiares que o rejeitaram por algum motivo de ordem moral. Um corte na garganta, sugeria que o menino teria sido vítima de uma tentativa de assassinato o que, na minha opinião, resultou na sua dificuldade de falar anos mais tarde. Este menino sobreviveu em meio às intempéries e perigos, provavelmente adotado e protegido por uma macaca já que desenvolveu a habilidade de subir e movimentar-se nas árvores como estes animais.
[...] Ao ser capturado, Victor é colocado numa coleira, tal e qual animal selvagem, e passa a ser uma atração para o povo curioso da aldeia. Abrigado numa instituição de pessoas doentes, após um mês é enviado para a Escola Central de Rodez onde permanece por alguns meses quando então, é levado para o Instituto Nacional de Surdos-Mudos onde o Doutor Itard passa a trabalhar como médico-residente. Interessado pelo caso, Itard consegue uma permissão e ajuda financeira para levá-lo para sua casa e assim estudá-lo ao mesmo tempo que tenta educá-lo para reintegrá-lo à sociedade.
[...] No convívio diário com o médico e sua governanta, senhora Guérin, o menino aprende hábitos de higiene, a portar-se à mesa e é tratado como criança normal. Em seus estudos e observações, o doutor Itard descobre que o garoto ouve e emite sons, é muito inteligente e organizado porém, seus métodos são antipedagógicos e falta-lhe também afetividade , muito comum entre os adultos daquela época, principalmente entre os médicos que limitavam-se a olhar os pacientes com os olhos ávidos dos pesquisadores. Jean Itard submetia o garoto à sessões exaustivas de estudos, quando então ele surtava e tinha reações de convulsão ou fúria, só se acalmando ao ser levado para a cama sob os cuidados da Senhora Guérin, que informava ao doutor suas observações sobre as reações de Victor.
[...] De qualquer forma, a dedicação e os esforços do Doutor Itard para com o menino selvagem, traduziu-se em experiências, influenciando fortemente seu trabalho com os surdos, empreendendo investigações mais aprofundadas no campo da audição, da fala, mutismo e gagueira além de ser um grande e forte defensor do oralismo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

PEAD NA XVIII FEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA




A importância das Tecnologias no ambiente escolar, abordado de forma simples e prática na palestra oficina ministrada na escola Nações Unidas, pela professora Mara, aluna do PEAD, pólo de Gravataí e, corajosamente apresentada na XVIII FEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, DA UFRGS.
Fica aqui o registro do evento.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DIFICULDADES NA APRENDIAGEM

Assim era o ensino há quarenta anos atrás e, assim ainda é o ensino hoje, com conteúdos fragmentados, em blocos, em fatias de um conhecimento que não desperta o interesse de quem está aprendendo, seguindo uma organização pré-estabelecida de conteúdos a serem vencidos através de unidades de trabalho, metodologias de projetos, temas geradores, eixos temáticos e outras diferentes maneiras de planejamento. Num modelo linear disciplinar não se consideram os interesses dos educandos, suas experiências e conhecimentos prévios, seus níveis de compreensão, seus ritmos e suas dificuldades de aprendizagem, o que se ensina, realmente, são habilidades relacionadas com a obediência e submissão à autoridade impedindo a reflexão crítica sobre a realidade e a capacidade de compreender, julgar e intervir na comunidade de maneira responsável, democrática, justa e solidária. Os professores preocupavam-se muito em manter o ritmo das tarefas, em desenvolver um sistema de memorização de dados e conceitos sem qualquer significação e em serem obedecidos enquanto os alunos, por sua vez esmeravam-se apresentar exercícios caprichados, comportamentos exemplares, perfeita memorização dos conceitos e dados enfim, receber as melhores notas que era o que realmente importava.
A relação que vejo entre as novas necessidades das economias de produção flexível e o sistema escolar é que enquanto o primeiro recorre a mudanças nas formas de gestão e organização do trabalho buscando melhorar os processos de produção e aumentar a comercialização, oferecendo aos trabalhadores maior participação nas tarefas, com programas de formação contínua e reciclagem trabalhista, o segundo não permanece indiferente e se compromete a qualificar pessoas com conhecimentos, habilidades e valores que se ajustem as novas transformações do mercado de trabalho


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE

Narrativas de Nícolas – 6 anos – 1º ano – Não alfabetizado
1 - Patinho Feio

O patinho era bem feio quando ele nasceu. Quando ele foi abandonado a mãe sentiu dó. Daí ele foi procurar alguém que queria ele. Daí, quando alguém quis ficar com ele, ele virou um belo cisnei.
Daí ele tava com fome e foi pescar “peixões”, daí ele foi passear um pouco e daí estava com calor e foi dar um mergulho na água fresquinha.

2 – Três Porquinhos

Era uma vez três porquinho, um quis fazer casa de madeira e veio o lobo e assoprou toda casa de madeira, aí se quebrou toda, se dismontou toda.
O outro quis fazer de palha, daí o lobo veio de novo e conseguiu assoprar, daí a casa se desmanchou toda e daí o outro porquinho quis fazer de tijolos e daí o lobo veio assoprar e ficou assoprando, assoprando e nunca conseguiu dimoli a casa.

Narrativa de Eric - 6 anos – 1º ano - Não alfabetizado
Patinho Feio

Era uma vez a mamãe pata. Ela tirou alguns ovos da barriga e daí alguns nasceram, 10 nasceram bonitinho e um nasceu feio e daí quando que encontraram a mamãe porca, a mamãe galinha e a mamãe gata com seus filhinhos e daí elas falaram “Que patinho feio!” Quem queria ficar com ele? E daí o patinho ficou triste e foi embora e daí ele encontrou o “cisnei” e o “cisnei” tava brincando de lutinha e daí ele viu que o patinho feio ia se “nusfoma” no “cisnei” e daí quando chegou no ano que ele ia se “nusfoma” ele se “nusfomo” num “cisnei” bem bonito e daí ele foi brincar de lutinha com os outros e daí o “cisnei” bonito derrotou todos eles.
Minha Análise

Entrevistei primeiramente o Nícolas, que tem 6 anos e freqüenta o 1º ano do ensino de 9 anos, ele é um menino esperto, desinibido, inteligente, tem boa dicção e um vocabulário bem variado, dando pistas que as pessoas com quem convive têm um bom nível de cultura e letramento pois, quando perguntei se ele gostava de histórias e se saberia me contar alguma ele respondeu com outras perguntas como “sei muitas mas que espécie de história tu quer ouvir?”. Respondi que a que ele mais gostasse e ele foi claro quando disse que a que ele mais gostava era muito longa e ele não saberia contar toda. Eu lhe disse então que poderia ser qualquer outra e ele optou pela do Patinho Feio. Depois perguntou se poderia contar outra pois achou-a muito curta. Concordei e ele contou a dos Três Porquinhos, mas ainda assim não ficou satisfeito e teria insistido em contar outra se não tivesse dado o sinal para o recreio.
Percebi claramente o desenvolvimento cognitivo e afetivo na narrativa de Nícolas, pois como li em Gurgel, 2009, “ adquirir a fala é um passo transformador em termos cognitivos, uma vez que é a linguagem que organiza o pensamento” e isto o garoto demonstrou compreender muito bem ao separar a ficção dos contos de fadas (onde animais falam ) do real.
na narrativa de Eric encontrei a combinação entre a ficção e o relato de experiências, quando refere a brincadeira de lutinhas e a vitória do personagem principal. Pude constatar também que Eric é uma criança com muitas dificuldades de dicção, pouco vocabulário, dificuldade de expressar-se sinalizando conviver com pessoas mais humildes com baixa escolaridade e que seus modelos de comunicação na família têm um vocabulário mais restrito, e oferecem poucas oportunidades de construção da sua oralidade. Resta à professora estimular a imaginação do pequeno nas rodas de conversa, nas leituras dos textos, na exploração oral e dramatização das historinhas e no espaço potencial que é uma área de experiência onde a criança pode brincar com a realidade, pode dar sentido pessoal aos elementos do ambiente elaborando-os à sua maneira com liberdade de criação para que aprenda a construir narrativas estimule a atividade mental e então desenvolva a oralidade.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fórum EJA

Lendo as postagens das colegas e o bate-bola entre a Maria e a Neuza dá para ter uma noção do que seja trabalhar com a EJA e quando a Maria refere as dificuldades dos alunos e a dura realidade das comunidades carentes sugerindo a discussão do analfabetismo dos pais dos alunos lembrei de um fato que aconteceu numa das minhas turmas de 3ª série. Nesta turma havia um aluninho miúdo, alegre e risonho, muito querido e educado. Todo dia ele trazia de merenda um iogurte e sempre pedia: - Prô, posso levar meu orgut na cozinha prás tia colocá na geladeira? E eu respondia: - Pode, mas antes repita comigo \\\"iogurte\\\" . No início ele patinava umas quatro ou cinco vezes até sair a palavra correta, depois com o tempo ele dizia pela primeira vez errado mas na segunda tentativa saía correto. E assim foi durante quase todo o primeiro semestre, até que um dia começamos a aula e de repente bateram na porta, fui atender e era uma mãe com um potinho na mão e que me disse: Ô fessora, eu vim trazê o orgut do Macelo qui ele sisqueceu em casa. Sorri para a mãe acenando com a cabeça que sim e olhei para o menino que, num primeiro momento, olhou-me com um olhar assustado como que com medo que eu fosse fazer com a sua mãe o que fazia com ele, depois vendo que nada acontecia corou e reclinou a cabeça para o lado, mostrando-se envergonhado. A mãe entregou-lhe a merenda e fiz um sinal com a mão para que levasse na cozinha, ninguém tocou no assunto e eu pensei em nunca mais corrigí-lo e nem foi mais preciso pois ele nunca mais falou a palavra errada.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Currículo Integrado

A relação que vejo entre as novas necessidades das economias de produção flexível e o sistema escolar é que enquanto o primeiro recorre a mudanças nas formas de gestão e organização do trabalho buscando melhorar os processos de produção e aumentar a comercialização, oferecendo aos trabalhadores maior participação nas tarefas, com programas de formação contínua e reciclagem trabalhista, o segundo não permanece indiferente e se compromete a qualificar pessoas com conhecimentos, habilidades e valores que se ajustem as novas transformações do mercado de trabalho
Penso que a relação entre a economia flexível com o sistema escolar se traduz na formação de pessoas capacitadas a agir de forma ativa, deixar de ser apenas executor de tarefas e passar a buscar e produzir soluções,desenvolver idéias, customizar recursos, produzir mais com menos, a otimizar recursos tendo sempre em vista a melhoria contínua dos produtos e da sua qualidade de vida

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

LETRAMENTO ESCOLAR

Enquanto lia o texto de Kleiman, lembrei de um fato que demonstra bem o tipo de letramento utilizado pela escola: uma sobrinha de sete anos e estudando na segunda série, perguntada de como estava na escola disse - me que estava gostando muito e que já sabia várias coisas mas que estava triste porque numa prova tinha errado uma coisa que a professora não tinha ensinado. Perguntei-lhe o que foi e ela ingenuamente me respondeu que a professora sempre ensinava as horas num relógio redondo e com todos os números (de 1 até o 12 ) e na prova tinha só relógio quadrado com quatro números e por isso ela tinha errado. Isso aconteceu há uns seis anos atrás, agora já acho difícil que aconteça já que as crianças desde três ou quatro anos reconhecem vários tipos de relógios desde os digitais em canetas e aparelhos eletrônicos até os mais simples das lojas de preço popular.
Outro caso que me veio à lembrança durante a leitura do texto foi de um aluno meu na terceira série. Este menino tinha uma letra ilegível, que muitas vezes nem ele sabia o que tinha escrito mas, realizava mentalmente cálculos matemáticos extremamente corretos e rápidos, também não conseguia desenvolver o cálculo no caderno. Esse aluno acompanhava o pai, que vendia verduras em uma carroça, desde os cinco anos.
Atualmente, o mundo moderno, onde as tecnologias avançam assustadoramente e nos impulsionam a novas aprendizagens, exigindo novos conhecimentos a todo momento na vida prática, faz das pessoas, desde a mais tenra idade, um observador, um autodidata, que questiona e exige dos educadores uma nova postura que atenda às suas inquietações.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Alfabetização e empowerment


Há alguns anos que uma grande parte dos profissionais da educação dedicam-se a desenvolver, em seus alunos, a alfabetização crítica como prática social. Com o objetivo de formar cidadãos cônscios de seus direitos e deveres, consideram que um projeto ético e político permitiria, às pessoas, a compreensão e transformação da sociedade. Com uma pedagogia transformadora, os interesses políticos que influenciam grupos empresariais e escolas com seus currículos direcionados ao mercado de trabalho enfraquecem, acabando com a conformidade social e a dominação. O analfabetismo, além de ser a incapacidade de ler e escrever, é usado como indicador de privação cultural. O letramento, como condição necessária às lutas da vida moderna, dá voz às pessoas tanto na formação da sociedade quanto no governo dela.
Os debates a respeito da escolaridade proporcionam uma reflexão transformadora na condição humana de repressão e dominação.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

COMÊNIO, O PAI DA DIDÁTICA MODERNA


João Amos Komensky, que no Brasil é conhecido por Comênio, nasceu em Newnitz em 1592 e morreu em Amsterdã no ano de 1670, aos 78 anos, foi um filósofo tcheco que defendia uma escola onde as crianças são respeitadas como seres humanos que têm inteligência, sentimentos, aptidões e limites e, que todas as pessoas, absolutamente todas incluindo-se as portadoras de deficiência mental e as meninas, têm direito à educação, isto é, tudo para todos.

Sua obra mais importante foi a Didática Magna, que marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. Neste livro o pensador desenvolveu suas idéias sobre o ensino. Na verdade um conjunto de reflexões e sugestões que vão desde os objetivos gerais da educação até aspectos do cotidiano escolar. Numa época em que a educação era vista e praticada como castigo Comênio questiona: Porque não se aprende brincando?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Planejamento

EM BUSCA DE CAMINHOS

Com certeza a experiência relatada pela autora foi a mesma que vivenciei no início da minha carreira profissional. Quando iniciei meu estágio, solicitei a troca da escola sorteada por outra de melhor acesso e perdi a reunião de abertura e planejamento do ano letivo, começando a freqüência já no terceiro dia. Como as duas colegas das classes paralelas eram muito amigas e prestativas, sendo já profissionais passavam-me os conteúdos e variadas atividades adequadas àquela série, o que eu adaptava aos meus conhecimentos e desenvolvia na aula. Passado pouco mais de um mês a supervisora da escola veio fazer uma visita à minha turma. Sentou, assistiu, observou e solicitou-me o diário para fazer anotações parabenizando-me pelo domínio dos conteúdos e segurança frente os alunos. Depois de folhear demoradamente as páginas do diário, chamou-me e perguntou onde estava o plano de curso, ao que eu respondi que não tinha, ela então me disse “Como não tem? Em quê te baseias para planejar as aulas?” respondi que estava seguindo o planejamento das professoras paralelas, a supervisora ficou horrorizada e tratou logo de providenciar o plano de curso para que eu colasse no diário. Fiz o que ela pediu mas continuei trabalhando em conjunto com as colegas. Ela ainda visitou minha sala por mais duas vezes durante o estágio quando então me pedia esclarecimentos sobre uma ou outra atividade e nunca mais falou em plano de curso ou de unidade.
Atualmente, pouca coisa mudou, ainda nos reunimos no início do ano para planejamento da sondagem, distribuição dos conteúdos nos trimestres, troca de atividades, formulação dos objetivos, listagem dos recursos, os procedimentos e avaliação.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

1ª AULA PRESECIAL 25/08




SEMINÁRIO INTEGRADOR

Com a presença dos professores Luciane Corte Real e Eliseo Reategui em nossa aula inaugural do semestre 2009/2, tivemos a graça de receber também a presença, sempre gentil e tranquilizadora, dos professores Geny Schwartz e Silvestre Novak com a promessa de que não mais ficariam afastados.

MOMENTO

TEXTO ARGUMENTATIVO

Um texto argumentativo não só expõe uma idéia ou opinião como a defende com a finalidade de convencer os outros da sua veracidade ou importância. Num texto argumentativo
os elementos não seguem uma ordem exata e muitas vezes não estão expressas claramente. São eles:
Tema - é o assunto do texto;
Opinião - é como vemos o tema
Argumentos - são as razões que sustentam a opinião
Conclusão - é o resultado a que se chega e que reafirma os argumentos
Os argumentos podem ser:
Dados - onde informações objetivas ou estatísticas se referem às informações
Exemplos - são provas que confirmam ou negam a afirmação através de casos concretos
Fatos - são os acontecimentos reais que reafirmam o que estamos defendendo
Argumentos de autoridade - são idéias de pessoas ou instituições de prestígio que estão de acordo com o que estamos defendendo
Para que o leitor acredite na idéia que estamos defendendo usamos algumas estratégias, a começar pelo título, página inicial e imagens interessantes que podem captar a atenção inicial do leitor. Outro ponto importante é a clareza do texto, com idéias coerentes, começo, meio e fim bem fundamentados e descritos claramente, bem humorados e corretos prendem a atenção e são agradáveis de se ler. O uso de links contribui na organização de informações.

MOMENTO

É incrível como os detalhes de determinados objetos que fazem parte do nosso cotidiano, por ser tão comumente usados, nos passam despercebidos e quando nos é solicitado retratá-los simplesmente não os registramos.
Solicitada que fomos de desenhar uma bicicleta, pouquíssimas alunas lembraram de todos os detalhes. O desenho da grande maioria não poderia circular pois uma das partes mais importantes, a correia, não foi retratada








segunda-feira, 31 de agosto de 2009

NOVO SEMESTRE

2009/2

NOVOS DESAFIOS

















Gabriel e Rafael
1 ano e 4 meses

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ESTÁGIO DO DESENVOLVIMENTO

Estágio sensório-motor













Rafael ( 10 meses )

experiência sensorial







GABRIEL (10 meses)


interagindo com o meio

NOVIDADES NA EDUCAÇÃO

Gente!!! Olha só que ótimas notícias a nossa querida Marie Jane trouxe do CONAE/2010:

"Há um movimento nacional pela expansão das universidades públicas. E, sobretudo, cresce a sensibilidade para atender todos os alunos, em especial quem trabalha. Mas a universidade pública nunca teve uma expansão tão grande como nos últimos anos e como terá nos próximos. É impressionante! Fundaram a Universidade do Pampa, logo sairá a UNILA (Universidade da América Latina, na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina), em seguida vem a UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul com sede em Chapecó. Outras mudanças fundamentais são o vestibular e as ações afirmativas. Considero que o maior desafio é pensar um currículo sensível, real, substantivo no atendimento dos alunos. Esforçamos-nos para fazer isso todos os dias no PEAD e para tanto a ajuda e parceria de vocês tem sido fundamental. Um abraço, Marie Jane "
Isso prova que há muita gente de mangas arregaçadas. Vamos nos unir a eles!!!

sábado, 16 de maio de 2009

Modelos Pedagógicos

Pedagogia não-diretiva

Como disseram alguns colegas, a pedagogia não-diretiva é mais difícil de ser encontrada porque a maioria dos professores passa no mínimo três anos se preparando para transmitir conhecimentos através de técnicas e procedimentos pedagógicos então, quando se vê diante de uma turma é automático, é instintivo conduzir uma aprendizagem. No entanto, se olharmos mais atentamente ao nosso redor, reconheceremos este modelo em alguns colegas que já estão em final de carreira, aguardando aposentadoria, cansadas que estão de dedicar seu tempo e sua vida por anos a fio para crianças de todas as raças, credos, costumes e famílias. Já as ouvi dizer que agora chega, que as professoras mais novas que estão iniciando agora que façam a sua parte, que enquanto a aposentadoria não chega elas trazem uma grande quantidade de material, coloca-os numa mesa e pede que alguém escreva uma atividade no quadro e deixa que eles pesquisem as resposta no material disponível. Sei que há profissionais assim em todas as profissões mas penso que, como formadores, não podemos nos permitir tal atitude.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Revista Pátio Online

Entrevista

Fernando Becker

As concepções epistemológicas professadas pelos docentes e como elas se refletem em suas práticas é um dos assuntos mais caros atualmente ao professor Fernando Becker. Orientador de diversos trabalhos de mestrado e doutorado das mais diferentes áreas de conhecimento, incluindo história, física, matemática, português, pedagogia, engenharia, psicologia, arquitetura e artes, o professor da Faculdade de Educação da UFRGS também tem entre suas prioridades traduzir para o meio educacional as concepções de desenvolvimento e aprendizagem da epistemologia genética, de Piaget e da Escola de Genebra, procurando, aqui e ali, promover encontros fecundos com a obra de Paulo Freire, estruturando uma visão pedagógica que contemple basicamente a ação do sujeito enquanto logra êxitos e enquanto se apropria das ações exitosas. É a partir dessa perspectiva e com esse conhecimento de causa que Fernando Becker fala nesta entrevista sobre as contribuições atuais das diferentes abordagens teóricas sobre a aprendizagem e como a ciência tem ajudado a compreender seus processos.

Leia a entrevista na íntegra em Revista Pátio Online



É A VIDA SE RENOVANDO!!!

1 ANINHO DE MUITAS ALEGRIAS...



... e de muitas saudades


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Há muito o que debater...

INCLUSÃO DE ALUNOS ESPECIAIS


Iniciei minha carreira numa escola que tinha classe especial com professora qualificada para atender as necessidades dos alunos e concordo plenamente contigo quando relatas que haviam progressos significativos ao ponto de passarem para as classes regulares. Eu mesma recebi um aluno que ficou três anos na primeira série e veio para a minha turma de segunda série apenas um pouco mais lento que os outros conseguindo acompanhar esta e as séries seguintes. Já outros alunos daquela classe permaneceram no mesmo nível mental porém, foram crescendo fisicamente e com os hormônios em ebulição, davam "verdadeiros bailes" nas professoras que ficavam permanentemente alertas para que não houvesse alguma cena imprópria para os pequenos.
Concordo com a colega Roselaine ( Fórum 2009-04-14 ) quando diz que é uma crueldade com as crianças e também com a professora, ficar horas e horas dentro de uma sala se o que a criança quer é espaço, liberdade, movimento. Mas a professora tem mais 25, 27 alunos e conteúdos a desenvolver. Na minha escola tem uma professora que, separada, trabalha 60 horas para sustentar a casa. Em um dos turnos trabalha com alfabetização já há bastante tempo. Há uns cinco anos atrás precisou fazer cirugia para corrigir uma miopia que estava se agravando. Durante a recuperação houve descolamento de retina e a coisa ficou pior do que estava, e ela ainda tem que fazer cirugia na outra vista, só que tem medo de que aconteça o mesmo problema. Para mim essa professora é deficiente visual apesar de não ter nascido assim, de ter ficado assim com a idade ( ela está perto dos 50 anos ). Pois no ano passado ela recebeu um aluno com síndrome de Down! Eu nem acreditei! Este menino ficava andando pela sala, mexendo com os colegas, deitava no chão... E sabem o que a mãe diz??? Que por ela ele estaria numa escola especial mas o Conselho Tutelar não deixa. Então eu pergunto: Quem são as pessoas que compõem o conselho tutelar? Elas têm alguma qualificação? Até onde eu sei são pessoas comuns, da comunidade, sem nenhuma formação pedagógica, que apenas se candidatam , fazem campanha e são eleitas, atraídas por um salário significativo. Que experiência essas pessoa têm para colocar tamanha responsabilidade sobre os ombros de outras pessoas?

Modelos Pedagógicos

RELAÇÃO ENSINO/APRENDIZAGEM
Pedagogia Diretiva

Oi, pessoal!!! Também sou "jurássica" e como tal estudei numa época em que predominava o modelo diretivo, ainda mais que era colégio de freiras, onde se policiava até o que se ia dizer. E não tinha lero, se não soubese a tabuada salteada era castigo de pé atrás da porta com "a cara virada prá parede". A mesma coisa se não soubesse o ponto que era sorteado na hora dentre os vários que eram marcados no dia anterior para serem "tomados". A professora tinha a supremacia do conhecimento e do poder. Os conteúdos eram passados no quadro ( inclusive as provas ) explicados sem questionamentos e só nos restava decorar. Eu tinha dificuldades de fazer a ligação entre conteúdo e vida prática e hoje uma das minhas maiores preocupações é mostrar para meus alunos a utilidade do que está sendo aprendido. E apesar de ter participado de inúmeras oficinas e cursos construtivistas, muitas vezes me percebo em atitudes da teoria empirista.

2009


ANO NOVO... VIDA NOVA...



Dicotomia


E agora José, digo CLAUDE???


O antropólogo francês Claude Lee vai até uma ilha da Polinésia com a missão de pesquisar os hábitos e costumes dos nativos, que são muito diferentes da cultura dos franceses. Decidido a não julgar o modo como vivem, Claude se vê envolvido num dilema entre seus princípios e a crença dos habitantes da ilha. Eles acreditam quem homens de pele branca são mensageiros dos deuses e que sempre deverão ser obedecidos. Eles então perguntam para o antropólogo “se você tem a pele branca então você é um mensageiro dos deuses, ou nossas crenças estão erradas?’’
Fiel a seus princípios de não interferir na cultura dos nativos decide mentir dizendo que “sim, eu sou um mensageiro dos deuses” e aí ele está mentindo duas vezes: ao dizer que era um mensageiro dos deuses e quando concorda que todos os homens brancos são mensageiros dos deuses.
Como bem disse uma colega no fórum: “... uma mentira leva a outra...” mas então como fazer: dizer a verdade e interferir na crença deles ou manter a mentira e deixá-los vulnerável a pessoas brancas inescrupulosas.
Claude agiu em conformidade com a crença dos nativos que, independentemente da sua visita, estariam vulneráveis, não só aos inescrupulosos como a quaisquer pessoas que fatalmente descobrirão a ilha. Ao mesmo tempo que fere seus princípios violando, por um curto espaço de tempo, sua ética, mantém inalterada a sua postura diante da cultura de seu povo.