segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Educação de Jovens e adultos

Reflexão referente ao EIXO VII
15 a 21/11

Uma experiência apaixonante

Este semestre trouxe-me saberes, até então, pouco conhecidos. Na Educação de Jovens e adultos conheci o público participante deste território da educação, suas histórias, dificuldades, objetivos e aspirações. Conforme constatei em minha saída de campo, são pessoas com “experiências de vida acumuladas, culturas multifacetadas, idades diferenciadas, a maioria pobre, com pouca ou nenhuma escolaridade anterior, vítimas de experiência de violência e exclusão” ( Comerlato, 1998 ). O adulto, geralmente migrante das áreas rurais, filhos de trabalhadores do campo não qualificados, busca alfabetizar-se ou dar continuidade aos estudos já iniciados a partir de suas vivências e suas reflexões sobre o mundo e sobre si mesmo. A aprendizagem escolar vem acrescentar novos conhecimentos permitindo uma outra resignificação das construções já adquiridas. Quanto às dificuldades dos alunos adultos, podemos dizer que o cansaço, a fome, o sono e a linguagem escolar, entre outras, são os maiores inimigos de uma experiência bem sucedida, enfrentar uma sala de aula após um dia de trabalho árduo, com uma alimentação fora dos padrões de nutrição faz da escolarização uma expectativa de evasão. Os jovens, em situação de exclusão devido a múltiplas repetências sentem-se envergonhados, humilhados tornando-se inseguros quanto a sua própria capacidade, influenciando assim a sua aprendizagem, o que estaria relacionado com a falta de sintonia entre a escola e o aluno, quando sabemos que a escola funciona baseada em regras específicas que configuram um modelo escolar onde há um professor que ensina e estabelece regras para um grupo de alunos que deve aprender e obedecer e, dominar esta mecânica da escola pode ser crucial para o desempenho do indivíduo. (Oliveira, 1987, p.19-29) Mas felizmente, esta realidade está mudando. Com o advento do letramento as práticas pedagógicas estão transformando o processo de aquisição de códigos em um conjunto de práticas sociais onde a fala, a escrita e a leitura dependem do contexto social, da idade e gênero do indivíduo entre outras coisas. Essas diferenças não impedem a comunicação entre as pessoas que se utilizam de vários tipos de linguagens ao mesmo tempo para se fazer entender.

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